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19 março 2006

Hoje sou francês


March 18, 2006 - 17:35
Originally uploaded by Hugo (looking for his pink elephant).

Ontem, um mar de gente encheu as ruas de várias cidades francesas. Manifestaram-se contra o CPE (contrato primeiro emprego). Embora este afecte essencialmente os jovens, a maioria dos franceses está contra e encara este contrato como uma ofensiva contra os direitos laborais em geral. Esta não é uma luta apenas dos franceses. Do seu sucesso ou derrota dependem também os nossos direitos no trabalho. Por tudo isso, hoje sou francês.



Verborreado por nuno às 16:08 |


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Como enviado especial para o meio de todo este imbróglio cabe-me a mim levantar algumas questões. Devo antes de mais dizer que não sou favoravel ao CPE, mas também não sou o mais fervoroso adepto dos bloqueios.
Pensemos então no seguinte:
1) Se são os estudantes a fazer o bloqueio das universidades, porque é que são os seguranças das mesmas a fazer a triagem daqueles que podem ou não entrar?
2) O que é que estão a fazer dirigentes sindicais, e não estou a falar dos estudantis, a fazer dentro da universidade às 9:00 da manhã? E porque é que têm que ser estes a posicionar os estudantes às portas da universidade?
3) E finlmente, porque é que o bloqueio está programado para terminr no primeiro dia de férias da páscoa?

Estas e outras questões se levantam que descridibilizam e apalhaçam um movimento que até podia ter uma razão de ser...

Posted by Blogger Unknown #  

~Oo°~

Caro motafisico: o meu interesse nesse artigo não é muito grande, mas vou ver se o encontro... Quanto à tua opinião... bem é a tua opinião. Mas se não tens um bom emprego para a vida, deixa-me que te diga que és mais do que ingénuo: tens a precaridade que mereces. Neste caso recomendo-te um poema de Brecht:

"Eles começaram perseguindo os comunistas, e eu não protestei, porque não era comunista. Depois, vieram buscar os judeus, e eu não protestei, porque não era judeu. Depois, ainda, vieram buscar os sindicalistas, e eu não protestei porque não era sindicalista”.

Aí vieram buscar os homossexuais, e eu não protestei porque não era homossexual. Aí então, vieram buscar os ciganos, e eu não protestei porque não era cigano. E depois vieram buscar os imigrantes, e eu não protestei porque não era imigrante.

Depois, vieram me buscar. E já não havia ninguém para protestar!"

Caso tenhas um bom e estável emprego, as tuas palavras já se compreendem. Nesse caso, meu caro, estamos em lados opostos da barricada.


Amigo JC: és, sem dúvida, um observador previligiado para nos falares do que se passa por aí. Não vou discutir sobre os métodos porque, ao contrário de ti, não estou aí para os avaliar (só posso julgar o que cá chega filtrado pela imprensa). Mas permite-me um comentário: com melhores ou piores métodos, vejo as pessoas na rua por aquilo que lhes é caro. Mais: por aquilo que também nos deve ser caro a nós (em particular aos bolseiros...). E por isso não posso deixar de ficar contente e reafirmar: no sábado fui francês!
PS - Não deixes (como sei que não irás deixar!) de aproveitar a sorte que tens por estares aí neste momento!

Posted by Blogger nuno #  

~Oo°~

qualquer dia, para além da possibilidade de poderem ser despedidos sem justa causa em qualquer altura, também lhes tiram a segurança social...
e depois o direito ao desemprego...
depois talvez comecem a pagar-lhes só 12 meses por ano...
e talvez até cheguem ao ponto de lhes pagarem uma quantia realmente ridicula se alguma vez lhes acontecer ficarem doentes (ou até terem filhos!)...
de onde é que eu estarei a reconhecer isto?...

Posted by Blogger Alexandre Lindote #  

~Oo°~

Pois é alex: tocaste no ponto. É precisamente por isso que eu acho que este assunto deveria ser particularmente caro aos bolseiros...

Posted by Blogger nuno #  

~Oo°~





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